terça-feira, 20 de maio de 2014

Atentado ao Riocentro

            No ano de 1981, um grupo militar, insatisfeito com a abertura política e a redemocratização para qual o país caminhava, planejou um atentado em um grande evento musical. Em primeiro de maio, Dia do Trabalhador, ocorria um show com grandes nomes da música popular brasileira no Riocentro – local onde aproximadamente vinte mil pessoas se reuniam para comemorar o feriado. O método? A explosão de duas bombas.



            A primeira, a quase cem metros dos portões de entrada da apresentação, explodiu na hora errada dentro de um carro parado no estacionamento. A segunda, que deveria atingir o sistema de som e iluminação do festival, foi mal posicionada. Ambas passaram praticamente despercebidas pela multidão. O episódio foi um fracasso para os militares, e acelerou o processo de falência do regime militar e da conquista da democracia.

            Mesmo que na época os militares tenham negado envolvimento – dizendo que era um atentado vindo da esquerda -, já sabia-se do tipo de atitude que era tomada pelo grupo “linha dura” para impedir a abertura política. Apenas esse ano, seis dos acusados por envolvimento ao evento responderão pelos seus crimes (entre eles tentativa de homicídio doloso, associação em organização criminosa, transporte de explosivos, favorecimento pessoal e fraude processual).

O milagre econômico

    A polêmica sobre o milagre econômico já se inicia no próprio nome, pois na verdade o chamado milagre foi muito mais uma ilusão do que uma melhora em si. O desenvolvimento industrial, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e a melhora na infraestrutura proporcionaram aos militares uma oportunidade de tentar mascarar todos os problemas que estavam ocorrendo por meio de um forte marketing em cima dos aspectos positivos ocorridos entre 1969 e 1973. A frase "Ninguém mais segura este país" é um exemplo de como os fatos foram retorcidos e colocados a favor do governo.


    O milagre faria jus ao seu nome, se os investimentos não tivessem procedência estrangeira e nem tivessem acarretado um aumento significativo do Brasil com a dívida externa. Outro aspecto negativo, foi a concentração de renda na minoria, assim aumentando a desigualdade no país. O fim do milagre, começou com a crise mundial "choque do petróleo", que afetou diretamente a economia brasileira, aumentando cada vez mais a inflação. Os investimentos foram diminuindo e prejudicando o avanço da economia e também os empregos que supostamente esse aumento a um maior prazo da indústria geraria.

Escola das Américas


Escola das Américas é um estabelecimento do Departamento de Defesa dos Estados Unidos, criado em 1946. Seu objetivo era ensinar a "formação de contra insurgência anticomunista". A escola treinou vários ditadores durante 1980, incluindo em seu currículo, as torturas.
 
A escola foi criada em Fort Amador, no Panamá, tinha como missão principal a de promover cooperação ou servir como instrumento para preparar as nações latino-americanas a contribuir com os Estados Unidos e manter assim um equilíbrio político tendo a influência crescente de organizações populares ou movimentos sociais de esquerda. Em 1950 a escola mudou o seu nome para Escola Caribenha do Exército dos Estados Unidos e Army School of the Americas (USARSA) popularmente conhecido como Escolas das Américas.

Durante décadas ajudou vários governos e regimes totalitários violentos. Vários dos seus cursos ensinavam técnicas de contra insurgência, operações de comando, treinamento em golpes de Estado, guerra psicológica, intervenção militar, técnicas de interrogação, Manuais militares. Entre outras considerações, os manuais davam detalhes sobre violações de direitos humanos aceitados, como por exemplo, o uso de tortura, etc. decidindo seus objetivos para controlar indivíduos participantes em organizações sindicais e de esquerda.

Em 1990, o padre Roy Bourgeois, estabeleceu a organização pacifista SOA Watch, testemunhou: assassinatos e tortura de milhares de pessoas na América Central durante os anos de 1980 e identificou o local onde eram treinados os torturadores. 

domingo, 11 de maio de 2014

Tortura presente e Liberdade ausente

As torturas


A marca mais violenta da ditadura militar foram as torturas, cometidas contra os que se opunham ao regime. Eram práticas utilizadas para extrair confissões, como choques, afogamentos e sufocamentos que prosperaram devido à inexistência dos direitos humanos.






Havia uma grande censura durante a Ditadura. Sendo assim, o povo não
tomava 
conhecimento do que realmente estava acontecendo no país.



A falta de liberdade


A censura na ditadura militar foi um dos elementos mais marcantes do regime autoritário que governava o país. O povo era controlado pelos órgãos do governo que, por sua vez, tentava transparecer paz e estabilidade social. Sendo assim, cada vez mais a liberdade se dissipava e o direito básico do homem era esquecido.








A Operação Brother Sam

O envolvimento norte-americano na política brasileira durante a Ditadura Militar manteve-se encoberto até mais de dez anos após seu acontecimento, em decorrência de nunca ter realizado qualquer tipo de ação pública. Os Estados Unidos possuíam grande influência no restante das Américas, e um regime militar e visões direitistas no governo do Brasil era de seu extremo interesse – principalmente levando em consideração sua situação com Cuba.


Como o governo de João Goulart causava certa desconfiança nos norte-americanos - com suas chamadas “tendências comunistas”, o então embaixador Lincoln Gordon pediu a Washington auxílio logístico aos militares brasileiros. Isso deu início aos preparativos da Operação Brother Sam: um movimento da Marinha dos Estados Unidos em apoio ao golpe que derrubaria o governo de Jango.

A operação consistia no envio cem toneladas de armas leves e munições, navios petroleiros, uma esquadrilha de aviões de caça, um navio de transporte de helicópteros com 50 unidades a bordo, tripulação e armamento completo, um porta-aviões, seis destróieres, um encouraçado, um navio de transporte de tropas e 25 aviões para transporte de material bélico. Apesar de tudo isso, os Estados Unidos não se envolveria diretamente no golpe se não fosse realmente necessário. A Operação Brother Sam era apenas uma medida para o caso de haver resistência por parte de quem apoiava o governo de Goulart, o que poderia acarretar ao insucesso do golpe.



A Marinha norte-americana permaneceu relativamente próxima da costa brasileira, mas quando tudo correu conforme o planejado pelos militares brasileiros, a sua intervenção não tornou-se necessária. Para acobertar a movimentação dos navios, Lincoln Gordon declarou a ação um exercício de simulação e negou qualquer envolvimento ou apoio ao Golpe Militar.

Apenas em 1976 esse envolvimento veio a público. Um repórter do Jornal do Brasil, Marcos Sá Correa, teve acesso a documentos classificados como confidenciais e esclareceu as atividades dos Estados Unidos em relação ao Brasil na época do acontecido.